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sábado, 2 de agosto de 2014


A morte parece menos terrível quando se está cansado.
Simone de Beauvoir

amar-te-ei ate o tédio, até a última gota de sangue, até que o dia amanheça mergulhado em uma imensa escuridão, até que o céu em sua mansa escuridão noturna já não exista, e apaguem-se todas as estrelas, até ouvir o gemido dos ventos entre meus cabelos rasgando-os fio a fio, até que no silêncio mais profundo, eu penetre nas mais profundas e úmidas cavernas, ate que não exista ar, flores, relva, musgos, até que eu seja somente feita dos silêncios de hoje e dos onténs envelhecidos, enrugados, perdidos, até que imóvel sinta apenas o leve ranger dos dentes dos leões, até que eu afunde e perca-me de vista, até que enfim eu perca a respiração, ainda assim amar-te-ei, até mesmo quando repentinamente termine o tédio e reste apenas eu despida e fria amando-te até outro maldito amanhecer...



Nina Pilar
Por vezes a palavra representa um modo mais acertado de se calar do que o silêncio.

Simone de Beauvoir

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